quarta-feira, 12/03/2025
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Cultivo do milho deve crescer na 2ª safra de 2025

Em seu último Boletim de Acompanhamento de Safras divulgado no dia 12 de dezembro, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou o plantio da segunda safra de milho em 16,596 milhões de hectares, o que representaria um aumento de 1% em relação à área cultivada no último ciclo.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o Diretor Técnico da Abramilho, Daniel Rosa, destacou que a entidade também espera um aumento de área cultivada com milho na temporada 2025. “Esse deve ser um ano de recuperação. 2024 foi ruim para a produção e em 2025 a expectativa é de voltar a crescer, não no recorde de 2022/23, mas ainda assim positiva”, diz.

A expectativa de boa janela para o plantio neste ano é um dos fatores que sustenta essa indicação de aumento de área. Após um atraso inicial no plantio da soja em 2024, o ciclo da safra de verão se normalizou e muitas regiões devem conseguir semear o milho dentro do período ideal.

No Mato Grosso, maior estado produtor nacional de milho, as projeções também são de elevação na área plantada com o grão nesta segunda safra de 2025, conforme aponta o último levantamento divulgado pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) em dezembro.

O estado deve semear 6,84 milhões de hectares na temporada 2024/25, uma elevação de 0,7% ante ao projetado em novembro e 0,56% maior com relação ao ciclo 23/24. “Esse cenário de incremento na expectativa foi influenciado pela melhora no preço futuro do milho no estado, que está cobrindo as despesas modais do Custo Operacional Efetivo dos produtores”, aponta o Imea.

Este olhar para condições de mercado mais favoráveis é justamente o segundo dos fatores que tem sustentado projeções de aumento no cultivo de milho do Brasil para 2025.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, a meteorologista da Nottus, Desirée Brandt, destacou esse cenário de muita chuva entre os dias 07 e 20 de janeiro na região Centro-Norte do Brasil, especialmente em partes do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Tocantins, que podem ultrapassar os 100 mm acumulados nestes 7 dias.

“É uma chuva muito bem-vinda para partes do Matopiba, para garantir bons índices de água no solo e para encher os nossos reservatórios e mananciais. Porém, para algumas regiões, como o norte de Goiás, que desejariam começar a colher nesse período, será um período realmente com o desafio de chuva volumosa e persistente trazendo dificuldade para entrar em campo e colher”, alerta Brandt.

“Sempre que há um atraso na soja isso gera um risco e traz preocupação para a janela do milho. Hoje os produtores são muito mecanizados e acabam cobrindo esse espaço e acelerando as atividades. No geral, já vimos outros anos de atraso da soja não ter interferência no milho e esperamos uma janela no geral positiva. O clima ainda é incerto, mas em um ano de neutralidade tende a ter produção mais estável”, aponta o Diretor da Abramilho.

“O plantio ocorreu em um tempo muito curto e a colheita acaba se concentrando. Como nem todo mundo tem máquina suficiente para tirar a lavoura no momento em que ela chega para colher ou é dessecada, tem que tomar bastante cuidado com isso. Esse ano como o clima ajudou e a chuva está mais constante, o produtor tem mais chances de obter altos rendimentos com o milho, mas precisamos lembrar que o milho é uma planta bastante exigente em termos de luz. Nós passamos agora por quase duas semanas em que as plantas de soja tiveram uma redução na disponibilidade de luz e o milho é uma planta bastante exigente em luz”, comenta Rogério Coimbra, professor na UFMT-Sinop.

Notícias Agrícolas

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